segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Pedido de professor para professores em 2017

       
A nossa voz é a voz do povo

Mais um ano está chegando a sua reta final; mais um ciclo irá ter seu início retomado nessa nossa caminhada que chamamos de vida. Devemos agradecer por todas as coisas que nos aconteceram em 2016, sejam boas ou ruins, pois nos fortaleceremos e aprenderemos muito mais com as consequências de nossas ações. Para o ano que se incia um pedido de um professor para seus colegas de trabalho.

Quantas vezes durante esse ano, nós professores, deixamos de ouvir outras vozes e nos fechamos dentro de nosso egocentrismo? Quantas vezes deixamos de ajudar o colega por falta de afinidade ou simplesmente por sermos excêntricos? Tantas vezes aceitamos opiniões que discordamos por medo de represálias; Tantas vezes deixemos que o sistema burlador nos dominasse, mesmo em momentos em que não parecia...Quantas e tantas vezes o nosso EU falou mais alto quando não deveria, e deixou de aparecer quando era necessário?

Queridos colegas professores, todos sabemos que trabalhar no ramo educacional se configura muito mais que um emprego; se torna algo muito maior, talvez equiparável a uma missão que só quem sabe e passa por isso compreenderá; Somos a voz de muitos jovens que vêem em nós o reflexo da Cidadania, da Democracia... Estamos a frente de uma sociedade cada vez mais corrupta aonde nossa prática de ensinar se torna cada vez mais importante e ao mesmo tempo defasada. Vivemos em um constante dilema de continuar ou desistir.

Ao contrário do que deveria ser, somos um grupo muito desorganizado. É necessário que nossa categoria seja mais unida e fraterna. Devemos abraçar as mesmas causas para que as consequências sejam de comum acordo. Não deixemos de exigir dos governos melhorias para nossa categoria e para nossas escolas e alunado. Se nossas vozes ecoarem o mesmo som, certamente atingiremos mais ouvidos da sociedade e teremos mais vez neste país.

    E o mais importante. Vamos deixar de realizar ações que nos corrompem para assim poder realmente lutar por nossos direitos de forma justa.

       Que 2017 seja um ano repleto de conquistas!!!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

A escola dos sonhos

O sonho se torna realidade quando você quer que isso aconteça

        Rubem Alves, escritor, educador, psicanalista, autor de dezenas de livros, é um pensador brasileiro contemporâneo que faleceu a pouco tempo, mas que deixou eternizadas suas obras, principalmente referentes a educação. É o autor do livro, A escola que sempre sonhei sem Imaginar que pudesse existir, escrito após sua experiência na Escola da Ponte em Portugal. Escola que o mesmo considera a Escola dos sonhos! O que nós professores devemos considerar como a escola dos sonhos? Com base nesta ideia vamos alimentar nossa reflexão.
        Escola nos mais variados dicionários tem os seguintes significados: " 'estabelecimento de ensino'; 'conjunto formado pelo professor e seus discípulos'; 'os professores'; 'doutrina, sistema'; 'instituição que tem o encargo de educar, segundo programas e planos sistemáticos, os indiví-duos nas diferentes idades da sua formação'; 'edifício onde se ministra o ensino'; 'conjunto formado por alunos', 'professores e outros funcionários de um estabelecimento de ensino'; 'conjunto de experiências que contribuem para o amadurecimento da personalidade e/ou que desenvolvem os conhecimentos práticos de determinado indivíduo' ". O que consideramos como escola é uma constante variante. Não encontramos significativa concordância quanto a sua definição, mas podemos conceituá-la com base nestes preceitos, como um lugar em que há ensino e aprendizagem; onde se re/constrói pensamentos, ideias e conhecimento; e o professor e o aluno são sujeitos importantes neste ambiente; Nem sempre o que está escrito é posto em prática como deveria ser...
            A escola da realidade que presenciamos é aquela em que não há o processo de descoberta do conhecimento. Boa parte dos alunos estão apáticos e não se permitem aprender; percebemos alguns professores desmotivados e sem esperança na mudança...na mudança de pensamentos e posturas, tendo em vista o devastador sistema de ensino, que em muitas vezes, os obriga a aceitar certas situações constrangedoras quando se trata da ética e da moral do magistério, como por exemplo: aprovação de alunos sem o devido conhecimento construído no ano em questão; Então a escola dos sonhos não passa de uma utopia?
             No livro acima citado de Rubem Alves, destaca-se os seguintes relatos:
[...] Essa rede livre de comunicação, responsabilidade e ajuda estava silenciosamente exibida em dois quadros afixados na parede. Num deles estava escrito: preciso que me ajudem em..., no outro, Posso ajudar em... Qualquer aluno que esteja com um problema, antes de procurar a professora, escreve o seu pedido no primeiro quadro: “Preciso que me ajudem em regra de três”, e assina o nome, Fátima, por exemplo. Aí, o Sérgio, passando pelo quadro, vê a mensagem da Fátima e pensa: “A Fátima não sabe regra de três. Eu sei. Vou ajudá-la.” E isso acontece naturalmente, é parte do cotidiano da escola. Não é preciso pedir licença à professora e nem há hora certa para se fazer isso. O segundo quadro é o contrário: quando um aluno se sente competente em um saber, ele o anuncia aos colegas e se coloca à disposição. A capacidade de ensinar um saber a alguém vale por uma avaliação. E é o aluno quem a faz. É ele que se sente competente. Assim vão eles praticando as virtudes de ensinar, de aprender e de se ajudarem uns aos outros.
           A educação brasileira parece ser um ser vivo que está sempre em constante processo evolutivo. Não temos ainda uma identidade, uma personalidade de pensamento e ideologia no que se refere ao ensino e a aprendizagem. Isso não significa dizer que não podemos fazer cópias daquilo onde podemos observar a esperança que tanto Paulo Freire citou em seus escritos. Tratar, definitivamente, o aluno como um ser pensante que tem a capacidade de re/descobrir e re/construir o saber é uma meta de quem almeja uma escola dos sonhos; um lugar em que se verifica na sua totalidade a força da educação; um ambiente movido pelo motor do conhecimento onde o aluno aprende com o outro aluno e o professor não fica preso a um único meio de avaliação.
         A escola dos sonhos sempre terá como grande diretor e gestor, aquele profissional que sofre com os problemas da escolarização, mas que não desanima e que não joga a toalha: o professor. É sabido que uma andorinha só não faz verão, mas o movimento de uma única peça no jogo de xadrez faz um grande estrago na partida.
           Sejamos então essa peça de xadrez, que ao se movimentar faz com que todas as outras sejam obrigadas a sair do seu estado de repouso e querer avançar rumo a vitória.
            Nós podemos ser a escola que desejamos ser, mesmo que os obstáculos pareçam ser invencíveis, não podemos desistir.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O melhor professor para muitos olhares

             
No fim do ano eu sempre ganho.

         A profissão de professor é, acima de tudo, desafiadora. Você estuda, pesquisa, cria, recria, monta, desmonta, descobre, redescobre...Existe uma infinidade de afazeres que o docente precisa desenvolver e, no final, você foi um péssimo professor. Em contrapartida, há aquele que não planeja nem suas próprias aulas e no término do ano, foi o melhor de todos os tempos. Será que Paulo Freire, Libânio e companhia estavam errados quanto aos critérios de ser professor?
            Querendo assumir ou não, os alunos são os grandes avaliadores de nosso desempenho durante todo o ano letivo. Geralmente segue-se a regra e o professor pesquisador é reconhecido por seu trabalho desenvolvido. Mas existem diversos fatores que auxiliam no burlamento dessa importante avaliação de nossos queridos discentes. Muitos estudantes foram formados com os bondosos professores "facilitadores" da aprendizagem - esse termo não é o mesmo citado por Paulo Freire - e necessitam de "bons professores". Não é o caso de um docente pesquisador. 
        Professor que não exige do aluno; que não disponibiliza atividades desafiadoras; que pula conteúdos considerados mais difíceis; que faz provas do tipo: "o que é isso?"; que contempla-os com notas vindas do além...são os melhores professores. E acredite, o "reconhecimento" é nítido na face dos meninos e meninas.
        Para muitos alunos, professor que traz atividades diferentes não é considerado objetivo; se trabalhar questões com conteúdos que já foram vistos, cobrou o que não caía na prova; segue as regras da escola, é um tirano; se trabalhar muito conteúdo é um apressado...Esses são os piores profissionais da humanidade.
           Devemos salientar que muitos os alunos nos avaliam sem nenhum tipo de critério, por isso que em muitos casos essas situações tendem a acontecer. Por mais chato que você pareça ser para seu aluno por está tentando seguir os critérios de um bom professor, não desista! "Podemos ser uma única gota no oceano, mas sem essa gotinha ele fica menor".
          Seja dinâmico em suas aulas, mas firme em suas ações didáticas. Não deixe que esse sistema maquiavélico devore o brilhante profissional que você é. Não busque reconhecimento  dos outros. Se reconheça como ser único e individual e faça valer os conhecimentos e atitudes éticas e morais que você aprendeu enquanto professorando.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Querido professor, o mundo inteiro te aplaude... exceto o Brasil

         
Os aplausos são maiores que um país inteiro

       Ser professor não é uma profissão nada fácil, temos que lidar com diversas situações do cotidiano dentro e fora de sala de aula que nos causam estresse, e ser professor no Brasil é o extremo das dificuldades. Ouvimos mestres dizerem que escolher ser professor no nosso país é consequência de fatores como: falta de opção, cursos mais fáceis, menos concorridos nos vestibulares e Enem, entre outros. Infelizmente, é de se concordar com alguns destes. Imagina-se que uma pequena parcela dos professores brasileiros escolheram sua profissão por afinidade e amor ao que faz. Mas acredita-se que nenhum professor vai trabalhar feliz com o baixo salário que recebe e com as precárias condições de trabalho.
      Em países da Europa, Ásia e da América, a exemplo de Estados Unidos e Canadá, os professores possuem boas condições de trabalho e salários dignos de quem representa o alicerce de uma nação. Austrália, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Nova Zelândia, são considerados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como aqueles que possuem os melhores índices em educação. Tal mérito não foi conquistado à toa. A educação nestas nações é realmente levada a sério.
     Tomando como referência a Finlândia, país europeu com cerca de 5,5 milhões de habitantes veja aqui, que obteve o primeiro lugar no PISA (Programme for International Student Assessment), avaliação internacional que mede a qualidade da educação de um país veja, podemos criar argumentos suficientes para afirmar que o Brasil não valoriza seus professores. Neste país, os cursos de licenciatura são muito concorridos, chegando até competir com cursos como Medicina, Direito, Arquitetura e Engenharia. Isso se deve aos investimentos pesados feito pelo governo finlandês  na área da educação. O título de mestre é o mínimo para poder lecionar, até no ensino infantil. As Universidades disponibilizam de forma gratuita cursos de doutorado e incentiva os jovens a se qualificarem, pois o salário em qualquer esfera educativa não varia muito, seja na educação básica ou superior. "O salário médio de um professor primário finlandês é de 3,132 euros mensais (cerca de 11,8 mil reais). Professores do ensino médio recebem 3,832 euros, e docentes de universidades ganham em média 4,169 euros por mês (15,7 mil reais)"veja aqui. Dessa forma não existe aquela prioridade dos jovens professores de querer lecionar apenas em universidades.  
    No Brasil, os cursos de licenciatura são os menos concorridos, como já foi enfatizado. E os motivos para tal são dos mais diversos. A grande maioria das escolas não possuem uma estrutura adequada; falta os equipamentos tecnológicos necessários para poder criar boas aulas; boa parte do dinheiro destinado para investimentos é desviado pela corrupção; existe uma grande discrepância nos valores salariais entre os professores das modalidades de ensino. Para se ter ideia um professor da educação básica recebe, em média, cerca de 1.800,00 reais. E esse é o maior piso salarial, caso o docente cumpra com uma carga horária de 40 horas semanais; verifica-se pouco estímulo aos professores no que diz respeito a formação continuada;... E para piorar o Governo está querendo fazer modificações no ensino médio por meio de medidas provisórias, sem ao menos fazer consultas públicas; e tentando aprovar Proposta de Emenda à Constituição (PEC 241) que congela o teto dos gastos públicos por 20 anos (incluindo investimentos em educação), com a justificativa de conter gastos para aquecer a economia, ao mesmo tempo que aprova o aumento salarial do poder Judiciário. Parodiando a expressão de Euclides da Cunha, nesse país o professor é antes de tudo, um forte.
      Alguém pode querer justificar que a Finlândia tem uma população menor que a capital São Paulo - SP e que é muito mais fácil destinar os recursos e fiscalizá-los. Temos que concordar. Mas temos que observar também que na Finlândia esses investimentos ocorrem desde 1970 de forma constante e que o respeito ao professor é visto com notoriedade por toda a sociedade finlandesa
      Para existir respeito o tamanho de uma nação é desprezível.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Professor mutante: de ontem para o hoje

         
Não posso, não devo e não quero ficar para trás
         A educação escolar brasileira é constantemente alvo de mudanças, sejam nos sistemas de ensino, nas leis e diretrizes ou nos processos didáticos e metodológicos. O professor como sujeito mediador do ensino-aprendizagem, deve está atento a essas transformações e acompanhar esse ritmo acelerado de mudança.
     Em anos anteriores tínhamos uma escolarização direcionada a métodos voltados para a mecanização da aprendizagem, onde o professor era o agente dominante do conhecimento e o aluno o agente passivo, que estava ali para ouvir e memorizar as informações repassadas pelo docente. Há quem defenda que neste tempo se aprendia com mais facilidade, devido a rigidez e disciplina como a "grade curricular" era tratada pelos sujeitos do ensino; Costumávamos ver alguns professores, ano após ano, abordando um mesmo livro didático com a justificativa de que os alunos aprendiam mais, pois o docente já estava familiarizado com aquelas informações e sabia "passá-las" com mais facilidade.
        Novos pesquisadores educacionais entraram em ação e começou a formar um novo modelo educacional até então desconhecido por muitos professores que não hesitavam em defender o modelo clássico. Um desses pesquisadores foi o grande Paulo Freire, que contribuiu bastante nos processos metodológicos educacionais, como também na estrutura geral da educação brasileira. Ele defendia um tipo de educação "libertadora", que retira o aluno da passividade e o coloca como agente principal do ensino-aprendizagem, explicando que o discente deve participar da construção do conhecimento e que o professor se torna o agente mediador, aquele que auxilia o caminho da re/descoberta do saber. Paulo Freire ganhou muitos adeptos, como também foi alvo de muitas críticas.
     Outro momento de mudança na educação se deu através da globalização. As informações nos chegam em frações de segundos; o avanço da Ciência contribuiu com as novas tecnologias; o novo tipo de aluno está mais atento e informado de seus deveres, e principalmente direitos; o professor novamente precisa (sou) mudar sua prática pedagógica. De acordo com Edgar Morin, devemos nos reformular constantemente, para sempre melhorar a nossa práxis. Devemos está atentos a quaisquer tipos de mudança, mesmo que não os consideremos positivos, pois o que dá sentido a uma escolarização de qualidade, não é apenas os meios metodológicos que utilizamos, mas como esses meios são utilizados e para quem vamos direcioná-los. 
     O professor é um mutante. Deve sempre buscar se redescobrir como agente mediador do saber; o professor é como o coração, se parar de bombear morre. Se o docente parar de pesquisar, de estudar, de melhorar sua prática, ele também deixa de existir como sujeito importante no processo de escolarização.
      Sejamos então professores mutantes.



Fonte: 

Edgar Morin. A cabeça bem feita.
Paulo Freire. Educação como prática de liberdade; Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Professor que pesquisa, melhora sua práxis

Qual pode ser o meu equívoco?

Segundo Marli André (2001, p. 55) “existe um consenso na literatura educacional de que a pesquisa é um elemento essencial na formação profissional do professor”. Mas, se estamos nos dirigindo ao professor que trabalha ou que está sendo formado para desenvolver sua prática pedagógica nos âmbitos do ensino fundamental e médio – principalmente nas escolas públicas - devemos enfatizar que tipo de pesquisa compete ao professor desenvolver, sobre as circunstâncias que estão atribuídas à sua formação e prática docente.
Esperamos dos professores que eles executem o processo de ensino de forma competente e responsável, sempre pensando em fazer com que seus alunos desenvolvam capacidades cognitivas e intelectuais, e, por conseguinte, conhecimentos significativos para a sua inserção na sociedade. E, sem sombra de dúvidas, como já enfatizamos, esta é uma tarefa bastante difícil e que exige do docente tempo e muita disposição. Reconhece-se que o papel do professor para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem é de suma importância, mas que não podemos confundi-lo com a pesquisa. Pesquisa e ensino são grandezas que se completam, mas que não podem ser igualadas.
Ainda nos apoiando em Marli André (2001), esta diz que:

A tarefa do professor no dia-a-dia de sala de aula é extremamente complexa, exigindo decisões imediatas e ações, muitas vezes, imprevisíveis. Nem sempre há tempo para distanciamento e para uma atitude analítica como na atividade de pesquisa. Isso não significa que o professor não deva ter um espírito de investigação. É extremamente importante que ele aprenda a observar, a formular questões e hipóteses e a selecionar instrumentos e dados que o ajudem a elucidar seus problemas e a encontrar caminhos alternativos na sua prática. (p. 59)


Partindo do pressuposto de que a pesquisa se constitui uma produção de saberes, com coleta e análise de dados, de forma bem criteriosa, que demanda do pesquisador tempo e disposição podemos indagar que, pedir para que o docente cumpra todos estes requisitos não seria esperar demais? Questiona-nos Marli André. O professor possui a capacidade de ser um avaliador da sua atuação em sala de aula. Ora, se houver disposição pessoal do educador para investigar-se e questionar-se sobre suas técnicas e métodos de ensino, e entre outros fatores, podemos responder a esta questão de forma positiva, pois como nos diz Edgar Morin (2003) o professor não deve ter uma “cabeça bem cheia”, com acumulação de informações e sim uma “cabeça bem feita”, com conhecimentos e saberes, mas que estão em constantes reformulações. Para Morin o docente deve sempre buscar reformar o pensamento para reformar o ensino, e reformar o ensino para reformar o pensamento. Com base nestes fundamentos pode-se dizer que, se o professor em sua formação, como também em sua prática docente se auto avalia, ele está desenvolvendo uma atividade de pesquisa de sua própria identidade. Avaliar sua desenvoltura na sala de aula se constitui o objeto de estudo do docente, e toda pesquisa é iniciada com seus elementos de estudo. O professor trabalhando dessa forma será um investigador do seu próprio trabalho, se utilizando da observação como sua principal técnica de obtenção de dados. 
O professor, enquanto investigador de sua formação e prática docente fornecerá contribuições para melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos discentes.


Texto extraído e adaptado de minha monografia para Especialização em Ensino de Biologia: Professor pesquisador: aquisição de saberes e uma nova prática docente no ensino de Biologia da Educação Básica

Fonte: 

ANDRÉ, Marli (org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. Pesquisa, Formação e Prática docente. Campinas, SP: Papirus, 2001, (p. 55 – 69);

MORIN, Edigar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. tradução Eloá Jacobina. - 8a ed. -Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2003;

MOREIRA, Marco Antônio. O Professor-Pesquisador como instrumento de melhoria do ensino de ciências. Em Aberto, Brasília, ano 7, n. 40. Out./dez. 1988;

NEVES, José Luis. Pesquisa Qualitativa – características, usos e possibilidades. Cadernos de Pesquisas em Administração. São Paulo, V. 1, N° 3, 2° SEM./1996;

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

"Prova Brasil": o segredo do sucesso

               

Aluno: você é importante, você pode, você consegue.
             O Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC) pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), realiza a cada dois anos nas escolas das redes públicas e privadas do país, a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), também conhecida popularmente como Prova Brasil. Esta, avalia por meio de amostragem, alunos do 5° e 9° anos do Ensino Fundamental e alunos do 3° ano do Ensino Médio, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Escolas de todo o Brasil inscrevem turmas que tenham no mínimo 20 alunos para participar do exame.
               Enquanto professor de Matemática do ensino fundamental já tive a experiência de auxiliar alunos do 9° ano em duas edições de Prova Brasil: 2013/2015. Esta última edição foi, em particular, muito mais importante. Percebi o poder de persuasão que o docente pode ter perante seus alunos.
        Trabalhei por dois anos (2014/2015) como professor de Matemática na EMEF "Professor Newton Seixas", localizada na cidade de Pombal-PB. A escola está inserida em uma comunidade muito carente do município, Pereiros, fato que talvez influenciou na ocorrência de um público de alunos difícil de lidar, no que diz respeito à disciplina e aprendizagem; Lecionava em duas turmas (9° A e B) com uma quantidade de aproximadamente 25 alunos. Turmas bastante heterogêneas: alunos com problemas especiais, indisciplinados, estudiosos, tímidos, déficit de atenção, déficit de aprendizagem... No início fiquei bastante preocupado, afinal era ano de Prova Brasil e sabíamos que a escola necessitava de um bom desempenho na edição 2015, pois vinha de resultados insatisfatórios nos anos anteriores Ver aqui; Comecei a ser aquele professor chato para os alunos. Passei a cobrar a resolução de muitos exercícios relacionados aos descritores de Matemática. Tinha que arriscar: era ganhar ou perder a confiança das turmas; Muitos não sabiam nem sequer as quatro operações básicas. Em comum acordo com a direção e secretaria, passei a dá aulas de reforço aos estudantes, sempre em horário oposto. A dificuldade para fazê-los comparecer às aulas adicionais foi muito grande, mas não posso negar o apoio feito pela direção e pela minha colega de Português, professora Silvani, que estava no mesmo barco que eu; A maioria dos alunos começaram a dominar as operações. Tinha que trabalhar os conteúdos de forma paralela, pois não podia atrapalhar o plano de ensino.
            Passaram-se os meses e o momento de fazer o exame estava próximo. Tínhamos que dá aquele choque de ânimo naqueles alunos. Junto com a professora Silvani, organizamos aulas mais interativas e lúdicas. Passamos a fazer gincanas envolvendo as duas disciplinas. A maioria dos alunos estava entendendo nosso esforço e passou a encarar o bom desempenho na prova Brasil como uma necessidade real para a escola, pois fazíamos questão que eles soubessem dos dados negativos da instituição. Mudar aquele quadro seria melhorar a visibilidade da "Newton seixas" perante a sociedade pombalense.
             Há um dia da prova, passamos um filme motivacional, "O preço do desafio", sinopse ver aqui para dá aquela injeção final de ânimo e concentração. O trabalho foi feito. Durante todo o ano, Silvani e eu junto com a direção, nos preocupamos em preparar nossos queridos alunos. Agora não podíamos fazer mais nada. O resultado dependia deles; do esforço de cada; da consciência em fazer uma boa prova.
           O exame passou; os alunos fizeram formatura; nós professores homenageamos e fomos homenageados por nossos alunos. Cada discente foi em busca de novos rumos. O ano 2015 passou.
             Neste ano de 2016, trabalho como professor estatutário de Ciências em Santa Luzia-PB, tentando contribuir com o meu melhor nas escolas onde leciono.
              Ao sair o resultado do IDEB 2015: a verdadeira sensação de dever cumprido. A escola EMEF "Professor Newton Seixas" tinha alcançado bons resultados, ver aqui. No geral, o município de Pombal se configura como o segundo melhor IDEB da Paraíba.
                  Sabe qual foi o segredo do sucesso? Fazer o aluno se sentir importante. Mostre a seu aluno que pode e tem condições de chegar aonde quiser. Só ele tem o poder de mudar o seu futuro para melhor. Nós professores apenas temos o dever de fazê-lo acreditar que isso é possível.


Fonte:

Prova Brasil. http://portal.inep.gov.br/web/saeb/aneb-e-anresc
               
DAHEN, Alessandra Ferreira Beker. Aluno e professor: protagonistas do processo de ensino e aprendizagem.http://www.pmcg.ms.gov.br/egov/downloadFile.php?id=817&fileField=arquivo_dow&table=downloads&key=id_dow&sigla_sec=SEMED



                         

terça-feira, 27 de setembro de 2016

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Todo mundo pode ser professor. Só que não!



Todo mundo pode ser professor, menos eu.

            Cada profissão exige uma quantidade considerável de profissionais para suprir as demandas que surgem nas repartições, sejam elas públicas ou privadas. Ouvimos sempre a célebre frase: "precisamos de mais médicos nos hospitais, de mais policiais nas ruas, de mais 'professores nas escolas'..." Se está faltando médico, normalmente contrata um maior número, enquanto não sai concurso; se está faltando policiais, geralmente traz reforço de outra cidade ou então une as forças das polícias Civil e Militar; Se está faltando professor também é um problema resolvido com rapidez. Contrata!  Mas que tipo de contrato estamos acostumados a presenciar?!
             O professorando passa, no mínimo - se não passar por greve ou não sofrer com perdas de disciplinas, quatro anos em uma universidade; a maioria "morre" de estudar e de se preparar para exercer seu magistério. Porém, sabemos que em muitas situações, muitos não conseguem nenhuma oportunidade de lecionar. São vários os motivos que levam esses professores recém formados a não exercerem sua profissão, mas um desses me deixa revoltado!
              Quem já trabalhou, seja em escola pública ou particular, já deve ter percebido que muitos que ali estão no papel de professor, na verdade não possuem uma LICENCIATURA. Vocês podem se questionar: ah! Se não tem professor suficiente que outra maneira pode existir? Em situações de extrema emergência, ainda podemos considerar oportuna tal situação. Mas reflitam se realmente isso ocorre sempre nesses casos?! Claro que não! Prefeituras para garantirem votos (nesse momento a educação mais uma vez fica de lado) simplesmente colocam cidadãos para darem aula (dá aula não é lecionar) nas escolas: fisioterapeutas, médicos em formação, estudantes de direito, entre outros tantos. Pessoas que nunca tiveram uma aula de metodologia do ensino, de formação de professores ou didática. Triste realidade.
            Um profissional que não é PROFESSOR pode sim chegar a exercer a docência com decência muito melhor que um docente, afinal muitos tem essa capacidade. Mas se queremos ver nossa educação cada vez melhor, devemos começar a organizar nosso sistema de ensino também nesse sentido. 
             Um professor nunca vai poder ser contratado para fazer uma cirurgia; um professor nunca vai ser chamado para advogar... Que nossos representantes dos mais variados governos possam refletir a partir dessa ótica, para tomarem decisões mais sensatas.
       Ser professor não é apenas ofício, não é apenas missão, não é apenas dom. Professor, antes de tudo, é profissão. Deve ter seu direito de lecionar.

Fonte: 

Campanha seja um professor. Veja aqui Observação: discordo de alguns pontos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Senhor professor, é aula de sexo ou de educação sexual?



Aluno, disso você precisa saber




          O corpo humano é o principal objeto de estudo de diversas Ciências, dentre elas temos principalmente as Ciências Naturais atrelada à disciplina de Biologia. Estudar essa fantástica máquina não é nada fácil, tendo em vista o alto grau de complexidade de seu funcionamento. Mais complicado ainda é ter a responsabilidade de ensiná-la, com maestria, aos nossos queridos, eufóricos, entusiasmados e curiosos alunos, quando o conteúdo está relacionado ao estudo da anatomia da reprodução humana. Mas professor, o que se deve ensinar a respeito desse tema na sala de aula? Será que você está agindo corretamente?
       Sempre tive dúvidas de como trabalhar a reprodução humana no ambiente escolar. Não sabia o que devia e podia dizer aos alunos, pois tinha receio de falar o desnecessário e causar constrangimento nos nossos meninos e meninas, afinal uma turma é sempre muito heterogênea; temos ali diversas pessoas que pensam e agem diferente. Sabia que tinha que me policiar sobre o tema.
      Na busca incessante de sempre querer melhorar minha prática pedagógica fui em busca de informações e conhecimento, para saber realmente o que os estudiosos da educação orientam sobre o tema. li diversos artigos que traziam informações contraditórias, mas tinham algo de semelhante que tendia para uma mesma ideia: escola não é lugar de dá aula de sexo!
      Quando aluno, sempre ouvia de alguns professores de Ciências e de Biologia que teríamos aula de sexo. Eu ficava imaginando como poderia ser esse momento. Afinal teríamos sexo na sala! Essa era a ideia que tínhamos; O ato sexual não acontecia, mas hoje com o olhar crítico que possuo, posso afirmar que muitas dessas aulas extrapolavam o seu objetivo principal: a educação sexual.
         Para estudiosos da área, educação sexual visa "ensinar sobre a anatomia e psicologia da reprodução humana e demais aspectos do comportamento que estão relacionados ao sexo". Muitos dizem que essa expressão deveria está em desuso e que o correto seria, orientação sexual, um dos temas transversais da educação. Porém, outros afirmam que essa segunda expressão está direcionada ao ato de identificar sua opção sexual; Utilize qualquer uma delas, mas não use a expressão "aula de sexo".
     Discuta com seus alunos quaisquer dos temas sobre sexualidade, mas saiba se posicionar e ter postura enquanto educador. Você está no seu ambiente de trabalho, e muitos de nossos alunos seguem as orientações de seus familiares, que devem ser respeitadas; O objetivo que você, enquanto professor, deve atingir é preparar seus alunos para futuramente ter uma vida sexual segura, orientando-os sobre as formas adequadas de cuidar do corpo, levando em consideração os perigos de se adquirir uma doença sexualmente transmissível e/ou uma gravidez indesejada.

Fontes:


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Na minha sala tem um surdo. E agora?



Se você pode eu também posso e tenho direito


               É sabido que, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva foi lançada e aprovada por meio do Decreto Presidencial n° 6.571/2011. Visite O mesmo fala do atendimento educacional especializado (o famoso AEE) que tem por finalidade ampliar a oferta de atendimento aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super dotação, matriculados na rede pública de ensino regular. Sendo assim, podemos concluir que todos têm direito à educação de qualidade, independentemente de suas características sociais, físicas e/ou psicológicas. Infelizmente estamos acostumados a ver no Brasil o descumprimento de muitas leis, principalmente quando o assunto se trata de educação.
            Há algum tempo lecionei a disciplina de Biologia no Ensino Médio Regular, durante o período noturno. Estava sendo uma experiência maravilhosa, pois encontrei alunos que trabalhavam o dia inteiro, mas que durante a noite se dedicavam ao máximo nos seus ofícios de estudantes. Tudo ocorria bem. Até observar uma aluna nova na sala. Fui em sua direção e perguntei seu nome rapidamente. Não obtive resposta. Foi quando sua colega me disse que a aluna era deficiente auditiva e que não falava, mas que ouvia pouco e se, falássemos bem devagar, ela conseguia fazer leitura labial. Naquele momento fiquei em choque. E agora, o que vou fazer? me perguntei. Na graduação não tive a oportunidade de cursar a disciplina de Libras porque nunca tinha professor qualificado para tal; Naquele momento eu realmente não sabia o que fazer. Fui até a direção da escola e perguntei por que não tinham avisado que uma aluna com essas necessidades estava matriculada. Falaram que não tiveram tempo, mas que não era necessário me preocupar, pois seu intérprete já estava para chegar; Retornei à sala e infelizmente me direcionei apenas aos demais, pois não sabia o que fazer para a aluna até o intérprete chegar - neste momento me senti altamente despreparado; Estava explicando o conteúdo para a turma quando um senhor entrou calado na sala. Uma aluna disse: professor ele é o intérprete da colega. Fui pedir seu auxílio, mas percebi que ele também não falava e não ouvia. Descobri que ele conseguia orientar a aluna apenas nos exercícios; E o momento da explanação, o que fazer? Perguntei aos alunos qual deles tinha algum conhecimento de Libras. Uma aluna levantou a mão; Aproximei-a da aluna com necessidades especiais e comecei a falar e a desenhar pausadamente no quadro ilustrações associadas à explicação. A colega me auxiliava com palavras que não conseguia expressar nos desenhos, e o intérprete nos exercícios; Essa não foi a maneira adequada de lidar com essa situação, mas foi a única que encontrei naquele momento. Ao final da aula, saí da sala preocupado. Não sabia como contornar aquela situação durante as futuras aulas. Não poderia ficar sempre no mesmo método, pois atrasaria o conteúdo e o desempenho dos demais; Foi aí que tive a ideia de escrever e trazer a aula digitada em texto para a aluna. Assim seu intérprete lhe auxiliaria com mais facilidade e rapidez. Qualquer dúvida, deixava para o final de cada encontro.
        Não basta querer fazer Educação Inclusiva se não for fornecido à escola e aos professores as condições, no mínimo, necessárias para trabalhar com este público. Queremos acreditar que a maioria das instituições de ensino do país estejam "equipadas" nestas condições. Afinal, é Lei! Todos têm o direito de aprender com qualidade.

Fontes:

O que é Educação Inclusiva. http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_23.htm

Os desafios da Educação Inclusiva:foco nas redes de apoio. 

sábado, 17 de setembro de 2016

Aluno, Matemática não é difícil, é apenas "trabalhosa"


Será que você não sabe ou não quer aprender?

                    Quantas vezes o professor de Matemática, seja ele de qualquer esfera administrativa, já ouviu de seus alunos que essa "matéria" é muito difícil. "Matemática é um bicho de sete cabeças"; "quem foi que inventou a tal da Matemática?"; "pra que eu preciso aprender Matemática?"; "Eu sabia Matemática quando era apenas 'mais, menos, vezes e dividir'... são várias as reclamações dos meninos e meninas. Mas será que, realmente, é uma disciplina muito difícil?!
           É claro que todos temos uma forma diferente de compreender e assimilar informações, de apreender conceitos e de construir conhecimento. A aprendizagem muito está relacionada com a nossa capacidade de saber controlar um dos sete pecados tropicais: a preguiça. Surpresa(o)? Pois é. Não fique mais; Boa parte de nossos alunos tem dificuldade em aprender Matemática simplesmente pelo fato de não está acostumado a praticá-la ou por está acomodado com a facilidade que as informações nos chegam hoje por meio da globalização, sintomas causados pela famosa doença epidêmica da atualidade. Exato! Ela mesma. A preguiça.
            Isaac Newton, grande cientista inglês, passava horas e horas fazendo seus cálculos. Ato que o consolidou como um dos grandes matemáticos de todos os tempos. Hoje, os alunos estão acostumados a apenas repetir seus trabalhos e, mesmo assim, ainda acham difíceis.
             Quando lecionei Matemática no 9° Ano passei por uma situação, no mínimo "trabalhosa". Estava explicando para meus alunos a respeito do Teorema de Pitágoras. Demostrei toda a ideia desse matemático através de exemplos práticos e do cotidiano. Mas aí veio um querido aluno com o seguinte comentário: professor: esse Pitágoras é doido. Eu não quero aprender isso não. Só de olhar para esse monte de cálculos me dá uma preguiça grande! Falei para o aluno: Pitágoras, segundo relatos históricos, passou anos tentando provar esse Teorema. Você está há menos de uma hora me ouvindo e já está com preguiça?! Vocês queridos alunos, de certa forma, estão apenas revendo o que ele criou. Estão achando isso difícil?! Pois garanto que difícil foi passar anos criando esses cálculos, não acham?! 
                Passei mais de um mês no Teorema de Pitágoras naquela turma, instigando a praticar exercícios e a refletir os resultados. Na avaliação quanto-qualitativa, prova e participação durante a aula, foram aprovados 15 alunos de uma quantidade de 20.
                 Estudar para aprender Matemática precisa, o aluno, realizar um simples trabalho de prática. Praticar é sentar numa cadeira em sua CASA, refazer os exercícios feitos em sala pelo seu professor e refletir sobre seus resultados. Por isso, Matemática é "trabalhosa".
           

Fontes: 

5 passos para aprender Matemática. 

Preguiça Mental, como superar esse obstáculos e voltar a estudar. 

Dificuldade ou aversão a Matemática



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Como sair de uma "saia justa" sem mentir para o aluno




             
Como já dizia alguns mestres: aluno é aluno

        Nós professores estamos acostumados a ouvir diversos tipos de perguntas de nossos queridos alunos. Aquelas perguntas sem fundamento; aquelas sem cabimento;  e ainda, aquelas sem necessidade. Mas, às vezes, saem aquelas perguntas que nos deixam imóveis de tão alto grau de complexidade. E para tal, devemos saber responder. Já dizia uma grande professora que tive na graduação, Arisdélia Feitosa, aluno nos avalia sem nenhum tipo de critério e devemos está preparados para esses casos.
      Outro dia, estava eu dando uma aula sobre Evolucionismo - quem é da área de Biologia sabe que esse é um conteúdo muito polêmico - numa turma de 7º Ano. Falava noções das ideias de Charles Darwin, de seu grande trabalho sobre a Evolução das espécies, A Origem das Espécies, que fortaleceu o entendimento da teoria da seleção natural, quando uma aluna me veio com a seguinte pergunta: professor, como o senhor pode afirmar que viemos de um mesmo ancestral comum se existe um monte de seres vivos diferentes? Sabe aquela pergunta que você sabe a resposta, mas não sabe explicar para o aluno? Foi assim que me senti naquele momento.
    Professores que não querem assumir responsabilidades e, muito menos, mais trabalho, simplesmente poderiam enrolar o pensamento da aluna, através de seus meios de improvisação. Como professor, espero nunca fazer tal ato. Olhei para aluna; chamei a atenção de toda a turma e disse: sua pergunta é muito oportuna. Eu posso te dar uma resposta, mas nesse momento não saberei fazer você entender. Vou pesquisar mais sobre sua dúvida e tentarei trazer o máximo de informações possíveis para que você fique satisfeita. A aluna sorriu para mim e disse: certo professor, não esqueça! Vou cobrar.
       Não é preciso, o professor, tentar responder perguntas difíceis de explicar sem está totalmente seguro do que está dizendo. Os alunos irão perceber seu nervosismo e você perderá sua moral em sala. Afinal, eles nos criticam sem critérios.
        Seja sempre sincero. "não sei responder, mas prometo buscar informações para tirar sua dúvida". Mas não esqueça. "promessa é dívida".


Fonte: WERNECK, Hamilton."Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo". Editora: Vozes, 1992. 11ª Edição.

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