A educação escolar brasileira é
constantemente alvo de mudanças, sejam nos sistemas de ensino, nas leis e
diretrizes ou nos processos didáticos e metodológicos. O professor como sujeito
mediador do ensino-aprendizagem, deve está atento a essas transformações e
acompanhar esse ritmo acelerado de mudança.
Em anos
anteriores tínhamos uma escolarização direcionada a métodos voltados para a
mecanização da aprendizagem, onde o professor era o agente dominante do
conhecimento e o aluno o agente passivo, que estava ali para ouvir e memorizar
as informações repassadas pelo docente. Há quem defenda que neste tempo se
aprendia com mais facilidade, devido a rigidez e disciplina como a "grade
curricular" era tratada pelos sujeitos do ensino; Costumávamos ver alguns
professores, ano após ano, abordando um mesmo livro didático com a
justificativa de que os alunos aprendiam mais, pois o docente já estava
familiarizado com aquelas informações e sabia "passá-las" com mais
facilidade.
Novos pesquisadores educacionais entraram em ação e começou a formar um
novo modelo educacional até então desconhecido por muitos professores que não
hesitavam em defender o modelo clássico. Um desses pesquisadores foi o grande
Paulo Freire, que contribuiu bastante nos processos metodológicos educacionais,
como também na estrutura geral da educação brasileira. Ele defendia um tipo de
educação "libertadora", que retira o aluno da passividade e o coloca
como agente principal do ensino-aprendizagem, explicando que o discente deve
participar da construção do conhecimento e que o professor se torna o agente
mediador, aquele que auxilia o caminho da re/descoberta do saber. Paulo Freire
ganhou muitos adeptos, como também foi alvo de muitas críticas.
Outro momento de
mudança na educação se deu através da globalização. As informações nos chegam
em frações de segundos; o avanço da Ciência contribuiu com as novas
tecnologias; o novo tipo de aluno está mais atento e informado de seus deveres,
e principalmente direitos; o professor novamente precisa (sou) mudar sua
prática pedagógica. De acordo com Edgar Morin, devemos nos reformular
constantemente, para sempre melhorar a nossa práxis. Devemos está atentos a
quaisquer tipos de mudança, mesmo que não os consideremos positivos, pois o que
dá sentido a uma escolarização de qualidade, não é apenas os meios
metodológicos que utilizamos, mas como esses meios são utilizados e para quem
vamos direcioná-los.
O professor é um
mutante. Deve sempre buscar se redescobrir como agente mediador do saber; o
professor é como o coração, se parar de bombear morre. Se o docente parar de
pesquisar, de estudar, de melhorar sua prática, ele também deixa de existir
como sujeito importante no processo de escolarização.
Sejamos então
professores mutantes.
Fonte:
Edgar Morin. A cabeça bem feita.
Paulo Freire. Educação como prática de liberdade; Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
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