quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Professor mutante: de ontem para o hoje

         
Não posso, não devo e não quero ficar para trás
         A educação escolar brasileira é constantemente alvo de mudanças, sejam nos sistemas de ensino, nas leis e diretrizes ou nos processos didáticos e metodológicos. O professor como sujeito mediador do ensino-aprendizagem, deve está atento a essas transformações e acompanhar esse ritmo acelerado de mudança.
     Em anos anteriores tínhamos uma escolarização direcionada a métodos voltados para a mecanização da aprendizagem, onde o professor era o agente dominante do conhecimento e o aluno o agente passivo, que estava ali para ouvir e memorizar as informações repassadas pelo docente. Há quem defenda que neste tempo se aprendia com mais facilidade, devido a rigidez e disciplina como a "grade curricular" era tratada pelos sujeitos do ensino; Costumávamos ver alguns professores, ano após ano, abordando um mesmo livro didático com a justificativa de que os alunos aprendiam mais, pois o docente já estava familiarizado com aquelas informações e sabia "passá-las" com mais facilidade.
        Novos pesquisadores educacionais entraram em ação e começou a formar um novo modelo educacional até então desconhecido por muitos professores que não hesitavam em defender o modelo clássico. Um desses pesquisadores foi o grande Paulo Freire, que contribuiu bastante nos processos metodológicos educacionais, como também na estrutura geral da educação brasileira. Ele defendia um tipo de educação "libertadora", que retira o aluno da passividade e o coloca como agente principal do ensino-aprendizagem, explicando que o discente deve participar da construção do conhecimento e que o professor se torna o agente mediador, aquele que auxilia o caminho da re/descoberta do saber. Paulo Freire ganhou muitos adeptos, como também foi alvo de muitas críticas.
     Outro momento de mudança na educação se deu através da globalização. As informações nos chegam em frações de segundos; o avanço da Ciência contribuiu com as novas tecnologias; o novo tipo de aluno está mais atento e informado de seus deveres, e principalmente direitos; o professor novamente precisa (sou) mudar sua prática pedagógica. De acordo com Edgar Morin, devemos nos reformular constantemente, para sempre melhorar a nossa práxis. Devemos está atentos a quaisquer tipos de mudança, mesmo que não os consideremos positivos, pois o que dá sentido a uma escolarização de qualidade, não é apenas os meios metodológicos que utilizamos, mas como esses meios são utilizados e para quem vamos direcioná-los. 
     O professor é um mutante. Deve sempre buscar se redescobrir como agente mediador do saber; o professor é como o coração, se parar de bombear morre. Se o docente parar de pesquisar, de estudar, de melhorar sua prática, ele também deixa de existir como sujeito importante no processo de escolarização.
      Sejamos então professores mutantes.



Fonte: 

Edgar Morin. A cabeça bem feita.
Paulo Freire. Educação como prática de liberdade; Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

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