Se você pode eu também posso e tenho direito |
É sabido que, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva foi lançada e aprovada por meio do Decreto Presidencial n° 6.571/2011. Visite O mesmo fala do atendimento educacional especializado (o famoso AEE) que tem por finalidade ampliar a oferta de atendimento aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super dotação, matriculados na rede pública de ensino regular. Sendo assim, podemos concluir que todos têm direito à educação de qualidade, independentemente de suas características sociais, físicas e/ou psicológicas. Infelizmente estamos acostumados a ver no Brasil o descumprimento de muitas leis, principalmente quando o assunto se trata de educação.
Há algum tempo lecionei a disciplina de Biologia no Ensino Médio Regular, durante o período noturno. Estava sendo uma experiência maravilhosa, pois encontrei alunos que trabalhavam o dia inteiro, mas que durante a noite se dedicavam ao máximo nos seus ofícios de estudantes. Tudo ocorria bem. Até observar uma aluna nova na sala. Fui em sua direção e perguntei seu nome rapidamente. Não obtive resposta. Foi quando sua colega me disse que a aluna era deficiente auditiva e que não falava, mas que ouvia pouco e se, falássemos bem devagar, ela conseguia fazer leitura labial. Naquele momento fiquei em choque. E agora, o que vou fazer? me perguntei. Na graduação não tive a oportunidade de cursar a disciplina de Libras porque nunca tinha professor qualificado para tal; Naquele momento eu realmente não sabia o que fazer. Fui até a direção da escola e perguntei por que não tinham avisado que uma aluna com essas necessidades estava matriculada. Falaram que não tiveram tempo, mas que não era necessário me preocupar, pois seu intérprete já estava para chegar; Retornei à sala e infelizmente me direcionei apenas aos demais, pois não sabia o que fazer para a aluna até o intérprete chegar - neste momento me senti altamente despreparado; Estava explicando o conteúdo para a turma quando um senhor entrou calado na sala. Uma aluna disse: professor ele é o intérprete da colega. Fui pedir seu auxílio, mas percebi que ele também não falava e não ouvia. Descobri que ele conseguia orientar a aluna apenas nos exercícios; E o momento da explanação, o que fazer? Perguntei aos alunos qual deles tinha algum conhecimento de Libras. Uma aluna levantou a mão; Aproximei-a da aluna com necessidades especiais e comecei a falar e a desenhar pausadamente no quadro ilustrações associadas à explicação. A colega me auxiliava com palavras que não conseguia expressar nos desenhos, e o intérprete nos exercícios; Essa não foi a maneira adequada de lidar com essa situação, mas foi a única que encontrei naquele momento. Ao final da aula, saí da sala preocupado. Não sabia como contornar aquela situação durante as futuras aulas. Não poderia ficar sempre no mesmo método, pois atrasaria o conteúdo e o desempenho dos demais; Foi aí que tive a ideia de escrever e trazer a aula digitada em texto para a aluna. Assim seu intérprete lhe auxiliaria com mais facilidade e rapidez. Qualquer dúvida, deixava para o final de cada encontro.
Não basta querer fazer Educação Inclusiva se não for fornecido à escola e aos professores as condições, no mínimo, necessárias para trabalhar com este público. Queremos acreditar que a maioria das instituições de ensino do país estejam "equipadas" nestas condições. Afinal, é Lei! Todos têm o direito de aprender com qualidade.
Fontes:
O que é Educação Inclusiva. http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_23.htm
Os desafios da Educação Inclusiva:foco nas redes de apoio.
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